As discussões
políticas que tomaram e ainda tomam o Brasil nos últimos anos ganharam um
adendo e tanto: o Supremo Tribunal Federal permitiu que até o terceiro mês de
gravidez o aborto seja legal. A divisão divide a sociedade, com argumentos
contrários e favoráveis.
E a grande questão a ser elucidada é: em que momento o
feto se torna uma vida? Atualmente, a ciência não tem uma resposta precisa para
essa pergunta, o que aflora ainda mais um debate que coloca de um lado questões
ligadas à ciência e de outro um viés mais religioso.
No processo embrionários existem pelo menos 20 etapas que
podem indicar quando o feto se torna um indivíduo, afirmam cientistas. E o
primeiro desses seria a fecundação, quando espermatozóide e óvulo se combinam
para gerar em seguida um novo código genético.
Para a Igreja, aí está formada a vida. Os católicos,
contrários ao aborto, defendem que a concepção é o momento em que se forma um
novo indivíduo, que se desenvolverá a partir de então até que um dia morra. Mas
muitas pessoas enxergam a questão de forma diferente.
Esses defendem que a vida só começaria na terceira semana
de gravidez, por exemplo. É neste momento que o embrião pode se dividir,
originando um ou mais gêmeos. E há quem vá até além: correntes defendem que o
feto só vira uma pessoa quando começa a produzir suas primeiras ondas cerebrais
semelhantes à de um ser humano.
Mesmo nessas últimas correntes citadas, não há consenso.
Para alguns, esse momento em que as ondas cerebrais são produzidas ocorre na 8ª
semana; para outros, na 20ª. Há, por fim, os que apontam a transformação do
feto em ser humano na 24ª semana de gestação, quando os pulmões já estão
formados.
Diante de tantas opiniões e poucas respostas definitivas,
o assunto toma, para alguns, outra esfera: a ética. Há correntes que defendem a
formação do indivíduo desde o começo, mas os reticentes são muitos. Para eles,
o essencial não é descobrir quando a vida começa, mas sim determinas se todos
os estágios de nossa existência têm de ser tratados de forma igual.
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