segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Cientistas propõem nova definição de planeta que inclui Plutão

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Um grupo de cientistas da Nasa divulgou recentemente um manifesto que pede a alteração da definição de planeta. Se aceita, a mudança poderá incluir 100 novos astros à lista de planetas conhecidos do nosso sistema solar – entre eles, Plutão e a Lua. Os pesquisadores apresentarão a proposta durante a Conferência Anual de Ciência Planetária e Lunar (LPSC, na sigla em inglês), que ocorrerá de 20 a 24 de março, nos Estados Unidos.

A alteração que o grupo está tentando aprovar determina que os corpos celestes do nosso sistema solar não precisam orbitar o Sol para ser considerados planetas. Em vez disso, propõem que apenas suas propriedades físicas sejam consideradas na hora de fazer a classificação – e não sua interação com estrelas. Segundo eles, a maioria das pessoas assume que todos os corpos celestes que não são considerados planetas “deixaram de ser suficientemente interessantes para justificar sua exploração científica”. A nova classificação chamaria a atenção das pessoas para esses astros, destacando sua importância para a ciência.

A equipe é liderada por Alan Stern, cientista da Nasa que está à frente da missão New Horizons, enviada em 2009 em direção a Plutão. Em 2015, a sonda conseguiu efetuar com sucesso o primeiro vôo rasante já feito sobre o planeta anão, e desde então, tem explorado o cinturão de Kuiper, região nos confins do sistema solar, e enviado fotos em alta resolução para a Terra.

A mudança
No momento, a nova proposta de classificação aguarda aprovação da União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês). Segundo os critérios atuais do órgão, para ser considerado um planeta, o corpo celeste deve orbitar o nosso Sol e ter dominância orbital na zona em que está – quando não há nenhum outro objeto de tamanho parecido além de seus satélites –, afirmação que Stern e sua equipe desconsideram na proposta. Para eles, uma definição que inclua corpos que orbitem outras estrelas e tenham objetos de qualquer tamanho ao seu redor seria mais adequada.

Simplificando, a equipe define planetas como “objetos redondos no espaço que são menores do que estrelas”. Segundo os cientistas, essa classificação é mais abrangente e se aproxima do uso comum da palavra, além de ser mais fácil para estudantes e o público em geral compreenderem. Apesar de parecer muito ampla, ela exclui estrelas e outros objetos como buracos negros.

Apesar de orbitar o Sol, seguindo os critérios da IAU, Plutão deixou de ser considerado um planeta por não possuir dominância orbital, sendo “rebaixado” para a classificação de planeta anão em 2006. Com a mudança na definição, o astro poderia retornar ao seu status anterior, assim como a Lua também poderia ganhar o novo título. Na verdade, muitos outros corpos celestes do nosso sistema solar também entrariam na lista, incluindo as quatro luas de Júpiter e Titã, o maior satélite natural de Saturno.

Segundo Stern e sua equipe, além dos critérios da IAU serem muito restritos, mesmo alguns astros que são considerados planetas atualmente não conseguem cumpri-los totalmente. A Terra, por exemplo, possui um grande número de objetos que viajam em torno de sua órbita, o que não satisfaz completamente o critério da dominância orbital. Além disso, para que a dominância orbital exista, explicam os cientistas, é necessário delimitar uma zona – e, para eles, a classificação de um planeta não deveria ser feita com base em medições de distância, e sim nas suas propriedades físicas intrínsecas.

Por Leticia Fuentes – VEJA.com

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