© NILTON FUKUDA/ESTADÃO Carteira de trabalho |
Na véspera do feriado de 1.º de maio,
Dia do Trabalho, cada vez mais brasileiros têm pouco a comemorar. No trimestre
encerrado em março, o País ficou com 14,2 milhões de desempregados, segundo a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada
na última sexta-feira. Por traz dos números, cada trabalhador em busca de
recolocação tem sua história para sobreviver à crise.
Há do imigrante que viu sua
chance de mudar de vida no Brasil ir embora nos últimos anos a quem precisa
buscar o primeiro emprego quando as vagas sumiram.
Quase 20% dos que não têm
ocupação procuram emprego há mais de dois anos, segundo os dados mais recentes
de busca de vagas da Pnad Contínua, encerrada no último trimestre do ano
passado. Em um cenário em que o número de desempregados só aumenta, mais da
metade está procurando trabalho há até um ano.
“Mesmo depois que o País
começar a retomar a atividade, vai demorar para o emprego voltar a crescer”,
diz Hélio Zylberstajn, professor sênior da USP. “Uma maneira de acelerar a
criação de vagas seria o governo destravar a área de concessões de
infraestrutura. O resumo dessa história é que o desemprego ainda deve crescer
antes de começar a cair.”
Por Douglas Gavras - Estadão