© REUTERS/Andres Stapff Ex-presidente Dilma Rousseff durante entrevista coletiva em Montevidéu |
A defesa da ex-presidente Dilma
Rousseff afirmou nesta segunda-feira que vai apresentar informações referentes
à delação do empresário Lúcio Funaro para reforçar um pedido de anulação do
impeachment da petista em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em delação, Funaro afirmou
que repassou ao então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), 1 milhão de reais para comprar apoio de deputados favoráveis ao
afastamento de Dilma.
Detalhes da delação do
empresário foram tornados públicos nos últimos dias após a divulgação do vídeo
da colaboração de Funaro, que consta do procedimento que corre na Câmara a
respeito da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.
Para o advogado de Dilma, o
ex-ministro José Eduardo Cardozo, desde o início do processo de impeachment da
petista a defesa tem sustentado que o afastamento dela é nulo porque foi
baseado em "decisões ilegais e imorais" tomadas por Cunha e por todos
os parlamentares que queriam evitar a "sangria da classe política
brasileira".
"Agora, na delação
premiada do senhor Lúcio Funaro, ficou demonstrado que o ex-deputado Eduardo
Cunha comprou votos de parlamentares em favor do impeachment", afirmou
Cardozo.
Segundo o defensor, ele vai requerer
na terça-feira a juntada dessa "prova" ao mandado de segurança que
Dilma apresentou ao Supremo para anular o impedimento e cujo mérito ainda não
foi julgado pela corte.
"Entendemos que na
defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito, o Poder Judiciário
não poderá deixar de se pronunciar a respeito, determinando a anulação do
impeachment de Dilma Rousseff, por notório desvio de poder e pela ausência de
qualquer prova de que tenha praticado crimes de responsabilidade",
afirmou.
Em outubro passado, o
ex-ministro do STF Teori Zavascki, então relator do mandado de segurança, negou
pedido de liminar feito pela defesa de Dilma. O julgamento do mérito do
recurso, agora relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, nomeado por Temer
para uma cadeira no Supremo, ainda não ocorreu.
(Reportagem de Ricardo
Brito)
Reuters