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As vendas no varejo brasileiro tiveram
queda inesperada e registraram o pior resultado para outubro em nove anos,
pressionadas principalmente por hipermercados, móveis e eletrodomésticos,
mostrando uma recuperação ainda irregular em meio à retomada gradual da
economia.
As vendas no varejo recuaram
0,9% em outubro na comparação com o mês anterior, informou o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, enquanto a
expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,2%.
Esse é o resultado mensal
mais fraco para o mês de outubro desde 2008, quando houve queda de 1%.
Sobre um ano antes, as vendas
registraram avanço de 2,5%, contra projeção de 5,2%.
"Outubro pode ter a ver
com uma contenção do consumidor ante a expectativa para as promoções da Black
Friday de novembro. É como se fosse um adiamento do consumo para
novembro", explicou a economista do IBGE Isabella Nunes.
Entre as oito atividades
pesquisadas, cinco tiveram recuo das vendas em outubro, informou o IBGE.
As principais pressões no mês
foram exercidas por Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios,
bebidas e fumo, cujas vendas caíram 0,3% em outubro sobre setembro após seis
meses de ganhos, e por Móveis e Eletrodomésticos, com queda de 2,3% no período.
As vendas de Outros artigos
de uso pessoal e doméstico apresentaram recuo de 3,5% no mês, enquanto as de
Tecidos, vestuário e calçados caíram 2,7%.
As vendas no varejo ampliado,
que inclui veículos e material de construção, tiveram recuo de 1,4%, com as
vendas de Veículos, motos, partes e peças tendo queda de 1,9% e Material de
construção caindo 1%.
A economia brasileira vem
mostrando fôlego após dois anos de recessão, porém de maneira ainda gradual em
um cenário de inflação e juros baixos e de melhora do mercado de trabalho.
O Produto Interno Bruto (PIB)
do país ficou praticamente estagnado no terceiro trimestre deste ano sobre o
segundo, mas o consumo das famílias cresceu 1,2% enquanto o comércio registrou
avanço de 1,6%.
A expectativa dos economistas
consultados na pesquisa Focus do Banco Central é de que o Brasil termine 2017
com um crescimento de 0,91%, acelerando a 2,62% no próximo ano.
Por Rodrigo Viga Gaier e
Thais Freitas - Reuters